quarta-feira, abril 24, 2024

Dilema

Quando alguém tóxico está presente na nossa vida por estar ligado a alguém realmente central, o que fazer? É que eu elimino tudo o que é tóxico da minha vida. 

Maioridade



Used to be Young - Miley Cyrus

Esta canção tem crescido em mim. Acho que é uma letra com a qual todos nós (de uma forma ou de outra) nos podemos identificar. Eu fui jovem muito tarde, porque sempre fui uma criança e um adolescente "velho". Foi na segunda metade dos 40s que me despedi da vida mais adolescente - não foi assim há tanto tempo. 


Left my living fast somewhere in the past
And took another road.
Turns out crowded rooms empty out as soon
There's somewhere else to go, oh.

You tell me time has done changed me
That's fine, I've had a good run.
I know I used to be crazy
That's 'cause I used to be young.

I know I used to be crazy
Messed up, but, God, was it fun
I know I used to be wild
That's 'cause I used to be young.

Those wasted nights are not wasted
I remember every one
I know I used to be crazy
That's 'cause I used to be young.

terça-feira, abril 23, 2024

Um sério perigo na Madeira

Já é a segunda bebedeira de poncha que eu apanho. Definitivamente não posso beber mais de 3 (e mesmo assim passada uma meia hora só estou demasiado alegre). A poncha à pescador é um perigo sem dúvida nenhuma. 

sexta-feira, abril 19, 2024

Madeira

Mais uma temporada aqui na ilha do Beto.  Desta vez mais pequena, mas vai ser bom na mesma. Não obstante o ideal (porque não posso abandonar Lisboa) era ele vir rapidamente para o continente, mas ele recusa-se a ser apoiado financeiramente por mim enquanto não tiver um contrato de trabalho equivalente ao que tem agora. Vamos ver como corre, tem os seus princípios e eu respeito. Desde o início, sempre estivemos conscientes que existiam duas questões poderiam inviabilizar a nossa relação, o não viver na mesma casa é uma delas. Não aguento relações à distância, aviões e aeroportos. É a minha terceira relação nestas condições. Mas tudo isto é futurologia. 

Agora mesmo o que interessa  realmente são estes 6 dias na Madeira. Desfrutar e ser feliz por cá. Estou no aqui e agora.

quarta-feira, abril 17, 2024

Pessimismo

Fui acometido de algum pessimismo, relativamente à questão Z. O meu mantra de vida continua igual, apenas coisas que contribuam para o meu bem-estar físico, bem-estar psíquico e vibração positiva devem continuar na minha vida. Tudo o resto é dispensável. Aprendi há cerca de ano e meio que nem tudo o que queremos ou gostamos é bom para nós. Agora o que quero e gosto é a manutenção ou elevação do meu equilíbrio e vibração.  

terça-feira, abril 16, 2024

II most wanted



II most wanted - Beyoncé & Miley Cyrus

Gosto mesmo muito desta canção, acho que é uma belíssima ode à amizade. Podia ser um tema do filme Thelma e Louise e acho que a vou adotar como banda sonora da minha vida, há amigos que me passam no pensamento quando oiço:

I'll be your shotgun rider 'til the day I die
Smoke out the window flyin' down the 405
I'll be your backseat baby, drivin' you crazy
Anytime you like
Woah, I'll be your shotgun rider 'til the day I
'Til the day I die...

Coisas que não imaginamos que se possam passar connosco

Este fim de semana, aproveitando que o Beto não vinha, fui ao Porto para estar com amigos que não via há bastante tempo. Um dos meus amigos que está a passar por uma ressaca de uma relação que não acabou bem, depois de beber um bocado, começou a descompensar. Ora chorava, ora tentava telefonar ao ex, ora andava a beijar (ou ser beijado) por uma quantidade de rapazes. Quando saímos da primeira disco, ainda quis ir a outra que fechava pelas 6h. Toda a gente a dizer que ia para casa e claro eu quis ir com ele. 

Quando chegamos a essa discoteca, repetiu-se o mesmo. Eu ficava a uma pequena distância dele, porque ele encontrava pessoas que conhecia e depois era o mesmo, coisas demasiado indiscretas para o meu gosto, mas ia controlando e apoiando o possível. 

A dada altura ele disse  que queria ir embora, mas que eu podia ir para casa que ele ia com um dos indivíduos com quem ele se envolveu, o problema foi quando eu percebi que esse indivíduo na realidade estava num grupo de quatro que tipo matilha esperava lá fora. Aí, meti-me ao meio fui ter com o indivíduo e disse-lhe que acabava ali a cena dele, que o meu amigo veio comigo e ia comigo para casa. Ele ainda tentou agarrar no braço dele a dizer-lhe para ir e eu meti-me mesmo entre os dois, a dizer que o meu amigo estava todo fodido da cabeça e que por isso mesmo não ia a lado nenhum. Se se encontrassem noutro dia, em que eu não estivesse por perto não queria saber mas esta noite que se fosse embora, porque eu não saia dali sem o meu amigo, e que ele não pensasse que o contrário ia acontecer.

Entretanto eles lá foram embora e o meu amigo chateado comigo, que eu não tenho o direito de decidir por ele, que sou um castrador como a família, e ele só queria ir com o rapaz, etc. Lá o levei a pé para a casa, onde eu também estava, para ele levar vento na cara e ver se a racionalidade voltava no caminho. Não voltou; foi durante o caminho a chorar,  a falar do ex, depois a dizer que ia ter com o outro, depois a chorar outra vez. Enfim, cheguei a casa e meti-o na cama.

Não sou um púdico. Apesar de não querer participar nesse tipo de coisas, não tenho nada contra sexo em grupo e orgias. Cada um faz o que quer, mas acho que as pessoas têm de entrar numa coisa dessas sóbrias, a saber o que estão a fazer e não num momento de loucura e cegueira da bebedeira. Aquilo que testemunhei foi claramente um comportamento predador e isso deixou-me o sangue a ferver. Era nítido que ele não estava bem, e fui tentando respeitar a individualidade dele até não ter conseguido mais. Sei lá o que é que poderia ter saído dali. 

Podia ter-me saído mal, porque eles eram uns quantos e eu ainda tinha de acartar com um bêbado? É possível. Mas se não fizermos nada perante este tipo de situações que raio de pessoas somos nós. Fazia isto por um estranho, quanto mais alguém por quem tenho afeto. 

Depois de o meter na cama fui para a cama e acabei essa noite com as lágrimas a correrem-me pela cara abaixo, por ele e pelas pessoas que têm a cabeça feita em trampa por tudo o que já lhes aconteceu. Este fim de semana eu estive ali, em outro já não vou estar. Tenho mesmo muita pena de pessoas que estão meio destruídas emocionalmente e muita raiva de pessoas que se aproveitam de pessoas nestas condições. Foi isso, chorei de pena e de raiva. 

quarta-feira, abril 10, 2024

Dissociação

Ando completamente aéreo. Mas por volta das 18h, depois de sair do trabalho, fico mais focado.

segunda-feira, abril 08, 2024

Passos Coelho e o seu novo livro

É simplesmente assustador "Identidade e Família" é um manifesto que assim muito rapidamente promove o ataque ao direito ao aborto, o ataque ao direito à eutanásia, a legitimação da família tradicional como o único modelo de família válido, o ataque à ideologia de género, etc.

Tem a bênção da igreja e tem um artigo do João César das Neves (aquele senhor que diz que a mulher é feliz como doméstica a fazer a comida para a família e estas novas ideologias querem-lhe roubar isso). Quando pensamos que o Chega com 50 deputados é mau, mais uma coisita.

Tenho acompanhado o Big Brother (shame on me)

A Jacques saiu. Não sei se foi feita uma boa apresentação/explicação do que é ser não-binário, mas o nível de cultura e curiosidade da população em geral é tão baixo, que é até estranho que alguém como um apresentador de televisão não se vá informar corretamente sobre o que é, assim que sabe que tem uma concorrente que é. E que mesmo depois da saída da concorrente ainda faça perguntas muito cretinas. Não obstante, a própria interessada não defendeu bem a sua causa e o seu ponto de vista, diria eu. 

A Jacques não defendeu o seu ponto de vista, porque falou de um lugar de privilégio e de solipsismo. Não é somente um problema da Jacques contudo, é um problema social do presente Zeitgeist e, mais concretamente, apanágio das pessoas que nasceram desde segunda metade dos anos 90. É uma coisa muito millennial - todos nós temos direito à nossa individualidade e a fazer apenas o que nos faz felizes e confortáveis. E toda a gente acha que pode fazer tudo e a realidade é que não. 

Todos nós temos direitos. Eu também concordo que todos nós temos direitos. Mas ainda penso que os nossos direitos esbarram nos direitos alheios quando não coincidem com os nossos. Também sou o género de pessoa que continuo a fazer o que acho correto, sem me importar com o que pensam de mim (seja a trautear canções ou dar um passinho de dança em espaços públicos como um supermercado, seja a ir à casa de banho das senhoras se a dos homens está ocupada e eu preciso de ir. 

Percebo contudo que pode ser disruptivo e percebo que tenho de explicar coisas e conceitos sem tentar mostrar às outras pessoas que são burras. No caso da Jacques, em comparação, eu também sei o que são os sofistas, e ainda sei o que são os cínicos, os epicuristas, os estoicos, etc. E continuo a achar que o comportamento dela estava errado. Apesar de ser conhecido por dobrar regras, tenho o senso comum de perceber onde elas são estruturais (como uma parede-mestra) e não podem ser mudadas. Pode sim construir-se uma nova casa com sem paredes-mestras, flexível, mas é uma nova casa. É propormos a mudança de uma casa para a outra. Querer mudar à força a estrutura basilar de algo que não nos diz respeito apenas a nós (como a roupa que vestimos) é ou pueril ou petulante ou uma mistura dos dois.  

Também se muda por revolução, claro. Mas há lugares e lugares. Quando estamos normalmente inserido em meios que nos são favoráveis e em que toda a gente concorda connosco e nos diz que somos o máximo, acabamos por acreditar que temos uma missão quase messiânica de induzir a mudança ara aquilo que consideramos correto. 

Se tudo fosse tão simples, o mundo não era o lugar que é. Não são as Jacques da vida que o vão mudar, mas sim pessoas pessoas em tudo iguais à Jacques que até se vestem da mesma maneira que até defendem as mesmas ideias, mas têm uma visão de chapéu, uma cultura e/ou noção sociológica e antropológica amplas. Pessoas que estão fechadas no "eu", nas "pessoas que conheço", nos "amigos" não vão mudar nada mais que o seu próprio quintal. 

Acredito na mudança. E são pessoas como a mulher que aparece no minuto 5.35 do vídeo abaixo que mudam o mundo. O resto é um "espetáculo do La Féria".


Poesias

Li um post que falava de que quando amamos até somos capazes de escrever poesia. Isso fez-me lembrar de quando me apaixonei tão perdidamente por alguém que até lhe escrevi poemas - três poemas. A minha maior paixão e a minha maior desilusão. Há uma música da Garota Não cuja (parte da) letra me leva sempre para esse acontecimento:

Antes fosse mais calada menos louca e perturbada
Antes não mostrasse tanto, mas dormia o meu santo
E eu sem ter proteção nem medi o coração
Dei-o todo logo ali e ao dar tudo só perdi

Mas como o planeta Terra que enfrentou, pelo menos, 5 grandes extinções em massa, não fiquei estéril; fui "povoado" por outra forma de sentimento, com outras regras e com outra razão. Nunca mais houve poesia, mas há paz, cuidado, alegria e respeito. 

quinta-feira, abril 04, 2024

What What?

Estou com uma soneira brutal. E "clueless".

terça-feira, abril 02, 2024

Não somos santos

O nosso lado justiceiro clama sempre por justiça, seja ela poética ou não, sobre questões pessoais ou sobre questões que se passam no mundo. Quando não consigo fugir às notícias sobre Gaza (como foi o caso de hoje), só me ocorre um pensamento: gostava que o Netanyahu e todas as pessoas que apoiam a sua política sionista (israelitas ou estrangeiros) tivessem uma morte tão lenta e dolorosa, como o sofrimento injusto e gratuito que causam. A Bíblia diz que quem com um ferro fere, com um ferro será ferido, era fixe que existisse uma lei do retorno. Claro que sei que nada vai acontecer e estes agressores continuarão impunes, como o Putin, ou como os militares Birmaneses, ou como os governos ditatoriais Africanos, o Governo sírio, etc. Mas lá que gostava que estava gente fosse banida da face da terra gostava, e que no momento da sua morte percebessem que estavam a ter esse sofrimento por todo o mal que causaram. 

Dia D - Parte 2

A mãe tem uma nova cirurgia marcada. O prognóstico é bom para salvar a visão do olho esquerdo. O olho direito ficou com a visão comprometida para sempre, é sensível a luz e sombra mas sem ver. Interessa que os 9% de visão do olho esquerdo podem ir para valores perto de 80% se tudo correr bem. A esperança é a última a morrer dizem. Gostei muito do médico, deu-me confiança. 

Vidas Passadas

Fui ver este filme coreano um pouco por acaso (aqueles que começam à hora que a gente precisa). Gostei bastante. É um filme lento e filosófico sobre as noções de amor e de destino. Há um conceito coreano que diz que os casais ficam juntos quando há 8000 camadas de encarnações que os levam  aficar juntos para sempre. Nesta vida Nora e Hae Sung, são ideais um para o outro, mas parece que não é ainda o momento. Os dois caminha paralelamente, por vezes reentrando na vida de cada um. Na saída definitiva eles percebem que não é desta vida a sua vida em conjunto e "lamentam" a vida que poderiam ter tido, que em algum momento será a vida que hão-de ter. Serão eles mas não serão eles. Há uma melancolia velada que apenas no final rebenta numa torrente de emoção. O destino quase aconteceu aqui, mas não. 

16/20

quarta-feira, março 27, 2024

Dia D

Há ano e meio a enfrentar uma quase cegueira por motivo de uma operação mal sucedida, amanhã poderá ser o "Dia D" para a minha mãe. Vamos falar com um novo especialista. Pode ser que as coisas tenham solução desta vez. Venha a terceira operação e, se tiver de ser para ficar bem, que venha a quarta e a quinta e a sexta, etc.

Chateia-me mesmo que uma pessoa com 81 anos esteja a passar por isto, quando deveria estar a disfrutar pacificamente e com qualidade do tempo que lhe resta - alguém que não toma um comprimido para nada por ter uma saúde de ferro. Percebi bem a dor da minha mãe quando não conseguiu ver a comida no prato e teve de ser o meu irmão a dar-lhe à boca.

Mas cá estamos para ela porque esta mãe foi daquelas que nos protegeu e que lutou por nós, então vou lutar com ela e por ela. Até à lavagem dos cestos ainda é vindima, por isso nada de desistir. Que amanhã se abram novas perspetivas. 

Que grande molha

Nem com o impermeável me safei. Parecia o dilúvio universal.

Pobres Criaturas

Um filme fascinante. Os filmes de Yorgos Lanthimos são tudo menos convencionais e eu acho que tem faltado este sentido de aventura ao cinema - de um modo geral. Antes de mais, percebo o porquê do Óscar de melhor atriz principle para Emma Stone. A premissa de desempenhar um recém nascido no corpo de uma mulher adulta sendo na realidade mãe e filha e nenhuma das duas é impressionante. E ela conseguiu quase na perfeição oferecer um retrato credível. Voyeurístico e empirista o argumento expõe a natureza humana e o conhecimento do mundo a partir da criação de uma Eva (que se inspira - quem sabe - no Frankenstein de Mary Shelley) verdadeiramente recém-nascida, mas mulher adulta ao mesmo tempo.  As opções estilísticas entre o romantismo, surrealismo e diria até um certo steam punk, complementam na perfeição o ponto de vista filosófico do filme. Gostei muito. 

18/20

terça-feira, março 26, 2024

Chamava-se Pedro

O Pedro era um homem do meu ginásio. Era uma pessoa que falava a toda a gente "Boa tarde, como está?". Foi isso que colocou o Pedro "no mapa" para mim, a simpatia e a educação. Nunca troquei nada mais que cumprimentos com ele. Teria 1.90m ou pouco mais, uns 58 anos e bom aspeto. No final do treino comia uma banana. Soube agora que era arquiteto e uma pessoa de bastante sucesso. Tinha um sorriso amável e uma voz calma. O meu PT perguntou-me se eu sabia que o Pedro se tinha suicidado, ao atirar-se da varanda da sua casa (um 7º andar). Eu nem sabia que aquela pessoa com quem eu trocava 'bom dia', 'boa tarde' e 'tudo bem' se chamava Pedro. Sabia quem era, mas não sabia nada dele, nem o nome. É assim a vida, muitas vezes não fazemos a menor ideia sobre quem está no nosso raio de convivência e se estão bem ou mal emocionalmente, mesmo as pessoas mais próximas. Deu-me um sensação de tristeza, pensar no que iria no coração do Pedro, uma vez que na cara nunca ia outra coisa que não o sorriso afável. Que pena. 

segunda-feira, março 25, 2024

Aquaman e o Reino Perdido

 

Tenho apenas uma coisa a dizer deste filme...Blhac! Não gostei mesmo nada. O primeiro tinha sido giro.

7/10

A grande ilusão

Gostei bastante desta série de origem inglesa em streaming na Netflix. Não tive simpatia por todos os personagens, mas à medida que a trama se foi desenrolando, digamos que nem tudo era o que se pensava. Apesar de ter sido um crescendo, eu dira que o final foi um bocadinho um anticlimax. Acho que esperava mais. Não sei se no livro, a ação se passa da mesma forma que na série, uma vez que o argumento é a adaptação de um romance de 2016. Mesmo assim, eu aconselho, a narrativa não é americanizada o que é sempre refrescante nos dias que correm. Deu-me prazer ver. 

Diferença de capitais

Ao haver 18 anos de diferença entre os membros de um casal, é muito provável que os capitais de cada um sejam diferentes (cultura, finanças, etc.). O meu caso não foge à regra, e ambos estávamos muito conscientes disso quando demos o passo de avançar. Mas ao contrário do que me aconteceu em relações passadas, o Beto disse-me que não queria que eu lhe pagasse nada ou mudasse o meu estilo de vida, o que tinha de acontecer era ele trabalhar mais para fazer um vencimento mais parecido com o meu. O resultado é que ele trabalha que se "desunha", para fazer o tal dinheiro extra (após o horário de trabalho normal) e não poupa nada, ao contrário do que costumava acontecer. 

Como em tudo até hoje, ele cumpre sempre aquilo que diz, por isso uma mão tem mesmo de lavar a outra, ou seja, sou mesmo muito consciente de que ele merece ser compensado de todas as formas possíveis por tudo o que investe nesta relação. E o facto de (com ele) ser sempre tudo transparente, torna muito fácil a retribuição. 

Acabamos por viver muito bem com as diferenças nos capitais, nos gostos e nos consumos materiais e culturais, porque nos valores não há diferenças, mas sim comunhão. A vida ensinou-me que é um processo evolutivo e que nada obrigatoriamente permanece igual, por o isso o de hoje pode não ser o de amanhã. Agora mesmo, respeito, empatia e lealdade são valores comuns e facilitam tudo.

Santo da Serra

Este fim de semana tive a experiência madeirense de ir passar "fora lá dentro". O Beto reservou um hotel para passarmos o fim de semana no Santo da Serra, a passear, a fazer piscina, sauna, etc. Não foi uma celebração, ele simplesmente quis dar-me um mimo de surpresa, mas acabou por coincidir com os seis meses de relação e, portanto, é um fim de semana que quero lembrar pelo facto de ser um dois em um. 

Agora quando ele menos esperar trato eu de lhe dar um mimo aqui no continente. Até já tenho uma ideia de onde vai ser. Espero mesmo que ele goste.

sexta-feira, março 22, 2024

35 anos de Like a Prayer

Lembro-me, como se fosse hoje, do momento em que comprei o vinil numa discoteca de Corroios e corri para casa para o colocar a tocar. Tinha adorado o ritmo festivo do anterior álbum 'True Blue' daí que a primeira audição do álbum Like a Prayer tenha sido uma lástima. Detestei aqueles sons mais rock e gospel e não consegui fazer sentido das letras. Aos 14 anos (quase 15) a única canção que fez sentido foi a faixa Express Yourself. 

Não obstante, este viria a tornar-se o meu segundo album favorito de Madonna (perdendo apenas para o Ray of Light). O que não apreendi logo em miúdo foi o que me cativou (não muitos) anos depois, o estilo confessional das letras, a estrutura menos óbvia das progressões de cordas e uma música levemente mais sombria, por vezes, e com maior profundidade mesmo nos temas dançantes.

Os críticos, por oposição ao que se passou com os trabalhos anteriores da cantora,  tiveram por este álbum uma aceitação extraordinária, prevendo que se tornaria um clássico. E sim, dele saíram dois dos maiores clássicos dos anos 80 (Like a Prayer e Express Yourself) e algumas canções que nunca viram "a luz do dia" como singles, mas que são extraordinárias: a estranhíssima Til Death Do Us Part, a introspetiva Promise to Try, a tantalizante Love Song.   

Madonna convertia-se numa artista respeitada a 31 de março de 1989. 


terça-feira, março 19, 2024

Dia do Pai

Que sorte tive em ter tido o meu pai. Que sorte tive em ter tido a capacidade de compreender os anos em que as coisas foram complicadas, porque ele queria que eu fosse forte e não o miúdo sensível e medroso. Que sorte ter tido o exemplo dele como pessoa, continuar a tê-lo como inspiração. 

Os pais não se escolhem, mas obrigado a quem me fez cair na casa onde nasci. Eu acredito que as coisas não são por acaso no caminho da nossa evolução de existência física para existência subtil. Nascer nesta casa colocou-me um passo mais próximo de tudo o que interessa. 

Há 7 anos na Tailândia

Quando estive na Tailândia, fui beber um cocktail e duas senhoras sexagenárias meteram conversa comigo e eu já não as larguei. Eram cunhadas. A mais nova era viúva do irmão da mais velha. Conversa vai, conversa vem, elas estavam a fazer uma viagem de 4 meses pela Ásia. 

A mais velha era diretora de um colégio, tinha sido jogadora de hockey e uma ativista dos direitos dos gays nos anos 70 e 80. Resolveu tirar 6 meses de sabática para a apoiar a cunhada (bancária) que tinha ficado combalida pela morte do marido. 

O que eu mais fixei da conversa foi que a mais nova encontrou o amor da sua vida aos 58 anos. Para o perder 5 anos depois vítima de um cancro. Mas segundo ela, não estava zangada, ainda se sentia triste pela saudade, mas sentia-se grata ter tido a oportunidade de passar 5 anos ao lado daquela pessoa extraordinária. E a mais velha concordou. Disse que o irmão era mesmo alguém especial e que eles tinham tido algo muito bonito os dois.

Gosto desta visão celebratória do amor. Não se lamenta o que se perdeu, celebra-se o que se viveu. A saudade é da pessoa. O amor nunca se perde. Na pior das hipóteses transforma-se. 

Uma casa e um lar

Uma casa pode ser bastante pobre, mas a realidade é que isso é pouco relevante quando as pessoas que nela habitam são solidárias e têm amor entre si. Uma casa que não é um lar é sempre fria, mesmo não deixando entrar chuva ou não deixando aparecer humidade nas paredes. 

É assim a casa da minha "sogra", um lar. Apesar de ser a sogra mais desafiante que já tive, não vou tapar o sol com a peneira, por algumas razões que já elenquei aqui (teve de ser dura para sobreviver e tratar dos filhos e não mais despiu a personagem da guerreira, querendo tudo sempre de acordo com a sua visão e liderança), a casa dela é uma casa quentinha, onde as pessoas recebem amizade e generosidade e o sentimento de que fazem parte da família. 

A família do meu pai também era gente de aldeia, rústica e bruta, mas genuína. Gente verdadeira que é aquilo que é e não finge ser outra coisa. O que é mais refrescante neste contacto com o Beto e com a mãe, é que tudo é aquilo que aparenta ser. É tudo verdadeiro. Já tive a minha cota parte de pessoas que não dizem o que realmente pensam ou sentem. Assim, mesmo tendo sido difícil adaptar-me à personalidade forte da sogra, é bom saber que estou no meio de gente boa. A casa pobre onde venho ficar quando estou na ilha, é um lar e gosto muito de lá estar. Há conforto, há calor humano.

Organização

O Beto é incrivelmente organizado. Fico admirado com a quantidade de caixas, micas, organizadores que ele mantém na perfeição. Sabe onde tem tudo. Já eu sei onde tenho tudo se mandar as coisas que tenho sempre para a mesma gaveta, se começo a arrumar com sobriedade, perco o tino a tudo.  Pode ser que vá aprendendo com ele a organizar (entre outras coisas que me vai ensinando). 

sexta-feira, março 15, 2024

A quem é, de facto, bom.


As pessoas realmente boas nunca são condicionais ou estratégicas, não usam a "bondade" como compensação, como elemento de troca ou exercício de charme. É isto.

 

quinta-feira, março 14, 2024

Adorava

Adorava, um dia, ver o Benjamin Netanyahu a apodrecer na prisão.