sexta-feira, fevereiro 24, 2017

Porque é que eu tenho tão mau feitio?

Acabei de sair de uma reunião de trabalho na qualidade de observador. Na próxima estarei na qualidade de coordenador dos trabalhos e terei de lidar com cerca de 50 cientistas e CEOs de empresas. A julgar pelo que vi hoje tenho de tomar uns 20 calmantes. porque não tenho paciência nenhuma para Egos e Síndrome de Calimero dos investigadores. Estamos a tentar fazer uma coisa boa e a trabalhar em conjunto. Quando somos autónomos, somos acusados de não ouvir a comunidade, quando chamamos a comunidade científica, temos de estar aturar lições de trazer por casa e discursos de "o meu é melhor que o teu", "eu represento mais pessoas", "nós somos reconhecidos internacionalmente", "vocês têm de ter cuidado com as vossas definições semânticas".

Curiosamente as pessoas efectivamente mais importantes na área científica de hoje, foram cordiais e elegantes e disponíveis para trabalhar. Os outros apeteceu-me mandar à merda. E saí antes da hora porque estava a revirar os olhos e isso não é bom para a imagem da casa. Quando for o coordenador não poderei sair antes da hora. Vou começar já hoje a meditar.

quinta-feira, fevereiro 23, 2017

A grande muralha

Inicialmente não estava inclinado para ir ver, pensei que fosse outro "blockbuster hollywoodesco", mas a crítica do João Lopes do DN fez-me mudar de ideia. Gostei imenso. Tem toda a estética cuidada de um filme de época chinês, tem todos os ingredientes de acção de um filme americano e ainda tem uma estrutura narrativa bem cuidada. O filme visualmente é lindíssimo. é curiosa a junção de um aspecto de ficção científica ao histórico tradicional, mas está muito bem conseguido. Os personagens são credíveis e o resultado final é muito bom.

17/20 

Mulheres do Século XX

Este filme tinha tudo para eu gostar dele, contudo vi-o num cinema onde permitem pipocas e tinha de ambos os lados dois casalinhos de meninas que mastigavam de boca aberta e faziam uma barulheira enorme. As pipocas deviam ser banidas. O filem em si está estruturado de uma maneira muito interessante, mas exige a interiorização de estados emocionais. a absorção do significado dos silêncios, inflexões de voz e isso é difícil de fazer quando a única coisa que nos apetece é atirar os baldes de pipocas da pessoa ao lado para o chão. Acho que perdi o estado de espírito para ver um filme independente com uma narrativa alternativa e por isso não dou a pontuação que poderia ter dado. 

14/20

terça-feira, fevereiro 21, 2017

Fui ali à Tailândia

Aconselho a toda a gente e não é nada caro.

segunda-feira, fevereiro 06, 2017

Moonlight

Gostei mesmo muito. Tal como o «Manchester by the Sea» este filme centra-se na contenção e na recusa de sentir por parte do personagem principal. Não é um filme bonito porque fala de coisas feias, mas também nos deixa ver que nos terrenos mais inóspitos também há vida e pode até existir redenção. Nada é preto e branco. O filme explora alguns desses matizes. Gosto particularmente do Juan, o traficante de droga como personagem que explora as ambiguidades. Muito bem dirigido diria, apesar de uma certa estética de sedução (em partes) que talvez tivesse evitado, mas não são os meus olhos. O realizador quer mostrar o que é aquele personagem aos olhos do personagem principal.

18/20

LA LA Land

Dois actores que adoro, um estilo que gosto muito. Mas no fim de contas não me pareceu espectacular, apenas bom. Há alguns detalhes interessantes, mas depois de um Molin Rouge, verdadeiramente inovador, este filme teria de se "esforçar" um pouco mais. Foi uma tarde bem passada, mas fiquei com a ideia que não é nada de muito especial. Não reinventa, é um prato de nostalgia servido com o look dos nossos dias.


14/20 

quinta-feira, fevereiro 02, 2017

Quando um amigo te faz rir

Hoje sofri um choque enorme ao perceber que fui enganado pelo meu operador. Não é normal ter dores crónicas, mas fiquei a saber porque e que foi uma informação que me foi sonegada. Já discuti aqui que a minha vida mudou bastante e que perdi muita da minha actividade derivado às limitações e às dores, desporto e dança tornou-se impossível e ginásio só deitado ou apoiado. 

Quando soube que me tinham enganado. Apesar dos meus quase 43 anos e do topo da minha frustração não conseguia aguentar as lágrimas. Sentia-me como um cão daqueles que os donos abandonam num lugar qualquer e eles ficam totalmente desorientados porque não conseguem reconhecer onde estão e não se conseguem situar. Eu queria situar-me e não conseguia.

Hoje a contar a um amigo meu o que se passou disse-lhe «eu sei que pareço uma menina, mas hoje de manhã até chorei» e ele respondeu-me «podes parecer uma menina, mas minhota, com muito pêlo». Ainda consegui soltar uma gargalhada.

Se tudo correr como esperado. na próxima semana entro de férias e quando voltar começa uma nova etapa. Perceber se uma nova operação resolve e quem deverá fazê-lo. E seja o que universo quiser.